Depois de quase uma década, ontem eu parei para assistir Multishow. Antigamente eu assistia muito, depois foram só passadinhas. Como quase tudo na vida, acho que a programação do canal já foi melhor. Hoje tem muito “reality” e isso enche o saco.
Mas não é que foi justamente num “reality show” que eu soube da nova música dos Mamonas? Ironia né? Com mais calma e paciência eu fui assistindo e deixando os minutos passarem até que começou um “episódio” do reality “Fábrica de Estrelas“.
Resumidamente, o “Fábrica de Estrelas” é um programa apresentado pelo Rick Bonadio, de dentro do estúdio “Midas” em São Paulo. Em meio ao reality em si que está escolhendo cinco garotas para formar uma “girl band”, o novo Rouge, eram mostradas as cenas do encontro de Bonadio com a Paula Rasec, irmã do Julio Rasec dos Mamonas. No encontro ela entregou uma caderneta com a letra manuscrita de Renato, o Gaúcho.
Sob o comando de Bonadio, a música inédita dos Mamonas foi gravada por Gê Rocha e Daniel, do NX Zero, Julian e Cadu, da banda Contra as Nuvens, e o cantor Falcão.
Para a brincadeira ficar mais palatável para o sul e para o nordeste, eles já trataram de colocar nos vocais os gaúchos Julian e Cadu da banda Contra as Nuvens e o cearense Falcão.
Como eu tenho mania de ficar fuçando quando o assunto me interessa, acabei descobrindo mais do que imaginava.
A música já tinha sido gravada no ano passado pela banda EZDP em parceria com o senhor Ito Reoli, pai dos Mamonas Sérgio e Samuel. Além deles, um outro gaúcho já havia gravado.
A letra da música sofreu várias alterações, com palavras mais ofensivas substituídas por uma linguagem menos trash e alguns trechos foram cortados. Além disso, foi criada a versão nordestina para a participação do Falcão.
Pra não ser taxativo, já vou dizendo que estas são apenas as minhas impressões.
Depois que entraram os versos da parte nordestina com o Falcão, o título “Renato, o gaúcho” ficou totalmente sem sentido. Bom, estão aí letras e vídeos das duas versões. Leia, ouça e tire suas conclusões.
Letra (oficial do clipe)
[Contra as Nuvens]
Como todo bom gaúcho
Eu levanto de manhã
Dou um soco na minha mãe
E uma rasteira na irmã
Tomo chimarrão fervendo
Porque nunca sinto dor
Dei um chute num cachorro
Porque não gostei da cor
Com meu grito eu estremeço
Desde a terra até o sol
Cai a noite e eu vou pra casa
Pra vestir meu baby-doll!!!
Ai garçon me sirva um veneno agora
De que me vale essa vida se meu homem foi embora (2x)
[Falcão]
Como todo nordestino
Eu sou mesmo cabra macho
Sou parente do jumento
Da cintura para baixo
Mato onça com a mão
Já nasci com aquilo roxo
Comparado a minha pessoa
Lampião era um frouxo
Sou perverso como xxxxxxxxxxxxxxx
Desgraça pouca eu nem ligo
Passo cerol no fiofó
Só pra ferir meus amigos
Ai garçon me sirva um veneno agora
De que me vale essa vida se meu homem foi embora (2x)
[Contra as nuvens]
Já nasci com 20 anos
Com meu peito cabeludo
Mato qualquer um que rir
Dos meus discos do Menudo
Minha bombacha é cor-de-rosa
A botina sempre suja
Meu bafo é de framboesa
Meu esmalte não enferruja
Sou um cabra muito macho
Lhe derrubo com um berro
Cai a noite e solto a franga
Porque ninguém é de ferro
Ai garçon me sirva um veneno agora
De que me vale essa vida se meu homem foi embora (2x)
Letra na versão banda EZDP e Ito Reoli:
Como todo bom gaúcho,
Eu levanto de manhã,
Passo o rodo na mamãe,
Dou um soco na irmã.
Tomo água fervendo,
Pois eu nunca sinto dor,
Dei um chute num cachorro,
Porque não o gostei da cor.
Lavo o rosto com cachaça
Água pra minha frescura
Nunca troco de bombacha
Meu sapato é ferradura
Já nasci com 20 anos e com peito cabeludo
Mato qualquer que rir dos meus discos do Menudo
Ai garçon me sirva um veneno agora
De que me vale essa vida se meu homem foi embora
Com meu berro eu estremeço,
Desde a terra até o sol,
Cai a noite e eu vou pra casa,
Para por meu baby-dol!!!
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
Quem foi que disse que eu uso sutiã
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
De vez em quando eu uso o da minha irmã
Como todo bom gaúcho,
Eu levanto de manhã,
Dou um soco na mamãe,
Uma rasteira na irmã.
Tomo chimarrão fervendo,
Pois eu nunca sinto dor,
Dei um tiro num cachorro,
Porque não o gostei da cor.
Lavo o rosto com cachaça
Água pra minha frescura
Nunca troco de bombacha
Meu sapato é ferradura
Já nasci com 20 anos e com peito cabeludo
Mato qualquer que rir dos meus discos do Menudo
Ai garçon me sirva um veneno agora
De que me vale essa vida se o Renato foi embora
Sou um cabra muito macho
Trato qualquer um no berro
Caiu a noite eu dou o rabo
Porque ninguém é de ferro
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
Quem foi que disse que eu uso sutiã
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
De vez em quando eu uso o da minha irmã
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
Quem foi que disse que eu uso sutiã
Barbaridade, chê
Eu sou gaúcho
De vez em quando eu uso o da minha irmã
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Uma música inédita dos Mamonas Assassinas que estava guardada há 8 anos pela irmã de um dos integrantes da banda acaba de ser lançada no programa Fábrica de Estrelas. “Renato, O Gaúcho” fazia parte do caderno de anotações de Júlio Rasec e foi gravada pelo cantor Falcão em parceria com a banda gaúcha Contra As Nuvens. Essa é a primeira vez em 17 anos – desde a morte dos integrantes da banda em um trágico acidente de avião – que uma música do Mamonas Assassinas é gravada. O feito foi realizado por Rick Bonadio em parceria com Ana Paula Rasec, irmã de Júlio, que cedeu a letra ao produtor que levou a banda de Guarulhos ao estrelato. » VISITE A PÁGINA DO PROGRAMA FÁBRICA DE ESTRELAS Segundo o baixista do Contra As Nuvens, Vitor Bellote, o convite para a gravação foi feito pelo próprio Rick Bonadio: “Como a música brinca com os gaúchos e os nordestinos, o Rick chamou a banda Contra as Nuvens, que é de Canoas (RS), e o Falcão”. A gravação ainda conta com o instrumental de Gee Rocha e Daniel Weksler, ambos do grupo Nx Zero, e do próprio Rick Bonadio.